Estando em Trancoso não podíamos
deixar de conhecer a tão famosa Praia do Espelho, considerada uma
das mais lindas do país. Então, reservamos um dia da nossa estadia para
conhecê-la e ainda demos uma esticada até Caraíva (para quem
me segue no instagram viu que postei tudo por lá @investenaviagem).
Caraíva é distrito de Porto Seguro e está localizada na Costa do descobrimento, dentro da APA, no
extremo sul do estado da Bahia. Ela é uma comunidade litorânea e ribeirinha e sua população é de aproximadamente 600 habitantes. Tombada pelo Patrimônio Histórico com mais de 470 anos, banhada pelo
Oceano Atlântico e pelo rio Caraíva,
está inserida na diversidade ambiental do Parque Nacional de
Monte Pascoal, marco da chegada dos portugueses ao Brasil.
A Praia do Espelho está
situada no distrito de Caraíva. Na maré baixa, é possível apreciar toda a vida marinha do local.
A praia reúne um cenário de areia branca e fofa, água cristalina e morna,
arrecifes de corais, coqueiros e falésias avermelhadas. Ela foi eleita em 2009
pelo Guia Quatro Rodas como a terceira
praia mais bonita do Brasil.
Agendamos com a Pousada um táxi particular no valor de R$350,00 para ficar a nossa disposição e nos levar até esses dois lugares. Caraíva fica à uma hora de Trancoso, e o acesso é bem ruim, numa estrada toda de terra batida. A Praia do Espelho é um pouco mais perto, no meio das duas.
No caminho passamos por uma Aldeia indígena Imbiriba, aonde vimos casas feitas de barro e outras construções.
Saímos cedo de Trancoso e fomos
direto para Caraíva. O acesso à praia e feito por um barco que custa de 5 reais e atravessa o rio. Depois, caminhamos uns 15 minutos passando por dentro da Vila.
Por lá tudo é bem simples e rústico.
As ruas são de areia/terra, estreitas e somente para pedestres, cavalos e
carroças, carros não entram. Ao longo da caminhada vimos muitas casinhas
coloridas que abrigam lojas, lanchonetes, restaurantes, mercearias e pousadas,
além de várias barracas de artesanato.
Chegamos a Praia da Barra no ponto onde o rio e o mar se encontram. Neste
trecho, a cor da água é bem escura. Por ali, muitas barracas oferecem cadeiras
e guarda-sol. Decidimos caminhar pela praia no sentido onde a água é mais
clara, numa sombrinha, ficamos um tempinho apreciando a paisagem.
Segundo documentação do IPHAN,
disponível no Museu do Descobrimento em Porto Seguro, Caraíva é
o vilarejo mais antigo do Brasil. Os primeiros Portugueses chegaram por
volta de 1530, e por aqui viviam diversas tribos indígenas. Durante muitos anos
a comunidade viveu da pesca, que precisava ser salgada e transportada em lombo
de mulas ou barcos até as cidades vizinhas para a venda. Na década de 1970 a
vila vivia exclusivamente da pesca e foi nesta época que grupos de aventureiros
começaram a frequentar o lugar. A estrada para chegar até o vilarejo era muito
precária e nela quase não transitavam carros. Para chegar a Caraíva era preciso
caminhar pela praia saindo de Trancoso, ou fretar um barco de pesca.
Com o movimento de visitantes
crescendo, a vila foi se adaptando. Em 2007 chegou à energia elétrica na
Vila. A Vila resistiu e não admitiu à colocação de postes, toda a fiação é subterrânea
para não interferir na paisagem. Cada morador ilumina a sua porta como lhe
convêm, luzes em árvores ou na porta das casas. Outra preocupação é com o lixo
e esgoto. Todas as casas possuem fossa séptica e nada é jogado no rio. Fazer a
compostagem do lixo orgânico também é uma prática comum, assim como reciclar
materiais diversos.
Voltamos caminhando até o local onde pegamos o barco de volta. A Vila é bem interessante por ter
este estilo de vida sem luxo e bem conectado com a natureza, onde celular funciona
com pouquíssimo sinal. Passar uns dias naquele lugar é a certeza de estar
desconectado e relaxado.
Já era hora do almoço e seguimos então
para Praia do Espelho, há meia hora
de distância. A Praia é bem bonita e também tem muitas barracas com cadeiras,
espreguiçadeiras e mesas.
Como chegamos à tarde, a maré já estava bem alta com
pouca areia. Para essa praia, acho que vale a pena ir cedo e também consultar a
tábua de marés. Escolhemos um sombrinha de árvore e passamos a nossa tarde por
ali.
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