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sábado, 29 de agosto de 2015

Berlim: Walking Tour Free

Berlim é uma cidade bem grande e que respira história, talvez isso tenha sido enfatizado ainda mais pelo fato de visitarmos a cidade justamente na época destas comemorações históricas. Por todos os cantos, víamos pedaços do muro, cartazes pelas ruas, áudios e telões com imagens da história.
No nosso segundo dia na capital alemã, aproveitamos para fazer o Walking Tour Free, que é um tour guiado a pé pelos principais símbolos da história na cidade, concentrando-se no bairro de Mitte. O tour gratuito pode ser em inglês ou espanhol, e dura aproximadamente três horas. No final, você contribui como puder, eu achei que valeu a pena.

Escolhemos fazer o tour em espanhol, que sai às 11h do Starbucks, em frente ao Portão de Brandemburgo. Antes de iniciarmos a caminhada, o guia faz um introdução contando um pouco sobre a história da cidade, das guerras e do nazismo. A partir disso, seguimos caminhando pelos pontos importantes, e ele vai explicando a história de cada lugar.

O tour inicia no Portão de Brandemburgo, um dos marcos mais conhecidos da Alemanha e que está localizado na parte ocidental do centro da cidade, no cruzamento da Av. Unter den Linden e Ebertstraße. Ele é uma antiga porta da cidade, reconstruída no final do século XVIII, pelo rei Frederico Guilherme II da Prússia. As Portas de Brandenburgo propiciavam ao rei acesso direto do palácio real ao “Tiergarten”, seu jardim. Depois dos danos que sofreu ​​na Segunda Guerra Mundial, o Portão foi restaurado entre 2000 e 2002 pela  Fundação de Conservação dos Monumentos de Berlim. Durante a partição da Alemanha no pós-guerra, o Portão estava isolado e inacessível imediatamente ao lado do Muro de Berlim.
Dali, seguimos até o Memorial do Holocausto, localizado a uma quadra ao sul do Portão de Brandemburgo, também conhecido como Memorial aos Judeus Mortos da Europa. É um memorial para vítimas judias do Holocausto, projetado pelo arquiteto Peter Eisenman e engenheiros do Buro Happold. Com uma área de 19.000 m2 abriga 2.711 blocos de concreto. Os blocos medem 2,38m x 0,95m e as alturas variam de 0,2m até 4m. Um anexo subterrâneo expõe documentos sobre a perseguição e morte dos judeus, e guarda a história de todas as vítimas. O monumento foi inaugurado 2005, fazendo parte das celebrações dos 60 anos do fim da Segunda Guerra Mundial.
Quase em frente ao Memorial fica o Bunker de Hitler, que foi supostamente o local onde Hitler viveu nos seus últimos dias. Ele é abrigo subterrâneo a 5 metros de profundidade com várias salas distribuídas em dois pavimentos. Este abrigo subterrâneo se localizava embaixo dos prédios e jardins que faziam parte da Chancelaria do Reich e tinha saídas para o prédio principal e para os jardins. Hoje, o que encontramos é somente um estacionamento e um painel informativo que indica que era ali o bunker de Hitler. Por muitos anos nada indicava que o local já abrigou o bunker de Hitler, somente em 2006, o painel foi colocado no local. O governo alemão tinha receio que o lugar pudesse se tornar um lugar de adoração para neonazistas.
Seguimos caminhando até o Museu da Topografia do Terror que é uma exposição a céu aberto inaugurada em 1987, e fica ao lado de um pedaço original do Muro de Berlim com aproximadamente 1 km de extensão, num terreno onde ficava o escritório da Gestapo e da SS e onde mais de 15 mil pessoas foram aprisionadas e torturadas. Através de fotos e documentos, o museu relata todos os momentos de terror vividos em Berlim por causa dos atos praticados por Hitler, como a criação de campos de concentração, deportação de prisioneiros, invasão a outros países, o bombardeio a Berlim e o fim da guerra.
Próximo ao Museu da Topografia do Terror fica o o Check-point Charlieque foi um posto militar entre a Alemanha Ocidental e a Alemanha Oriental durante a Guerra Fria. Ele foi projetado como um posto militar para passagem de estrangeiros e membros das Forças Aliadas. Parte dele ainda permanece por lá e alguns atores vestidos de soldados ficam a disposição para tirar fotos. Neste local, tinha uma área onde estava tendo uma exposição com fotos, cartazes, videos e partes do muro em comemoração dos 25 anos da queda.
Praça Gendarmenmarkt está localizada no centro histórico da cidade e é considerada uma das mais bonitas. A praça é cercada por três belas edificações. No meio fica a Konzerthaus (Casa de Concertos) e nas laterais, duas igrejas praticamente idênticas, à direita a francesa Französischer Dom e a à esquerda alema,  Deutscher Dom. No centro da praça tem uma estátua do poeta Friedrich Schiller.
A última parada foi na Bebelplatz que é uma praça no centro de Mittle, localizada ao sul da Avenida Unter den Linden. Ela é delimitada pela State Opera, pela Universidade Humboldt (onde estudaram Albert Einsten, Karl Marx e outros ganhadores de prêmios Nobel) e pela Catedral de St. Hedwig. Os prédios ao redor da praça foram em grande parte destruídos na Segunda Guerra Mundial por ataques aéreos e o conjunto foi restaurado na década de 1950.


Bebelplatz é conhecida como o local onde aconteceu uma grande queima de livros em maio de 1933, quando Hitler assumiu o poder e proibiu todas as publicações que não estivessem de acordo com o que ele acreditava. Milhares de alunos arrastaram grande parte do acervo das bibliotecas públicas para a praça e queimaram cerca de 20.000 livros, incluindo obras de Karl Marx, Albert Einstein, dentre outros autores.

O local hoje é conhecido como Memorial do livro e como referência uma placa de vidro no chão da a visão das estantes vazias. Além disso, perto da placa tem uma frase do poeta Heinrich Heine que diz: “Onde se queimam livros, acaba-se queimando pessoas”.

Assim terminou nossa caminhada guiada pelo marcos da cidade, e com um pouquinho mais de conhecimento sobre a história nazista e alemã. Foi muito interessante e a história desse lugar é de se arrepiar.

2 comentários:

  1. Olá Lorenna, ótimo relato sobre essa visita a Berlim. Como agendar o walking tour?

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    1. Olá, esse tour não precisa de agendamento. E só você chegar uns 20 minutos antes do início do tour no ponto de encontro, que é em frente ao Starbucks, no Portão de Brandemburgo, e se identificar a um dos guias que ficam de crachá naquela área. O horário que fiz foi das 11h.

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