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sábado, 12 de setembro de 2015

Sachsenhausen: Campo de Concentração nazista na Alemanha

No nosso último e quarto dia em Berlim, tínhamos programado de conhecer o campo de concentração nazista Sachsenhausen, em Oranienburg, a 35 km da capital. Pra chegar lá, pegamos o trem S1 na estação de S+U Brandenburger Tor em direção à Oranienburg (última parada). Da estação, caminhamos uns 20 minutos até o campo.
A visita ao campo é gratuita, mas vale à pena pagar pelo audioguia (8 euros) para conhecer melhor a história. Com certeza, essa visita foi uma das experiências mais únicas e emocionantes que tivemos. A sensação de estar num local onde muitas pessoas sofreram e tantas coisas ruins aconteceram tem uma energia muito triste, que ainda hoje podemos sentir naquele lugar. Este foi o dia que pegamos mais frio na viagem, no fim da visita, o vento era de congelar. Dizem que lá a atmosfera é sempre muito fria, por tudo que já aconteceu.

Oranienburg foi um dos primeiros centros de detenção dos nazistas, quando Hitler se tornou chanceler da Alemanha em 1933. O campo de concentração esteve ativo de 1936 a 1945. Em 1945, os soviéticos invadiram a Alemanha e derrotaram os nazistas, e até 1950, Sachsenhausen serviu como acampamento especial soviético. Ele foi a primeira instalação construída pelos nazistas, para confinar e liquidar em massa opositores políticos, judeus, homossexuais, etc. Estima-se que 200 mil pessoas passaram pelo campo e muitas morreram de fome, frio, doenças, executadas a tiros ou nas câmaras de gás.

Por estar localizado perto de Berlim, este campo tinha uma posição especial entre os campos alemães, sendo conhecido como campo-modelo. Era lá que funcionava o centro administrativo de todos os campos e também o local de treinamento para os soldados, que depois seguiam para trabalhar em outros campos.

A visita começa pela Guarita de Entrada e Torre de Comando, onde ficavam os vigias e se tinha uma visão geral do campo. O relógio que fica no topo da torre sinaliza até hoje o horário exato em que Sachsenhausen foi evacuado e teve início a "marcha da morte", quando os prisioneiros já debilitados foram "liberados", ordenados a seguir para o norte do país, sem direção. Os que não tinham mais forças para acompanhar o grupo iam sendo executados pelo caminho. O objetivo era que todos morressem e não restasse ninguém para contar a história daqueles dias. No portão de ferro de entrada do campo uma frase irônica gravada dizia "O trabalho liberta".
Já dentro do campo, na entrada, podemos observar próximos ao muro, arame farpado, cerca elétrica e uma zona neutra, que se alguém tentasse fugir, era pego pelos soldados e fuzilados. Dizem que muitos se jogavam na cerca para se suicidar.
A partir dai, fomos conhecer os pavilhões de acomodações coletivas com as áreas destinadas aos dormitórios, refeições e banheiros. Tudo bem sombrio e apertado.
Depois, seguimos para o alojamento onde ficavam os prisioneiros que desobedeciam as ordens e eram castigados, uma espécie de cadeia.
O local de fuzilamento, conhecida como Estação Z, ficava no fundo do terreno. É um espaço abaixo da cota do terreno onde ficava o muro de tiros. Esse foi um dos locais onde eu mais senti uma sensação de tristeza dentro do campo.
No campo tem vários galpões que funcionam como museus, contando um pouco das coisas que aconteciam e como era a vida lá dentro, além de expor roupas e objetos utilizados. Também visitamos os galpões que funcionaram como enfermaria e sala de câmara de gás.
A visita levou umas 3 horas e não vou negar que é um local pesado para um passeio de férias, rs. Porém, aquilo tudo foi verdade e faz parte da história e acho que valeu muito à pena a visita.

Depois da visita, voltamos a Berlim, para a Potsdamplatz para assistir ao show dos balões que seriam soltos naquela noite em comemoração dos 25 anos da queda do muro. O local estava lotado de moradores e turistas, igual a réveillon na praia, rs, mas o principal local de comemoração foi no Portão de Brandemburgo, onde montaram um palco, mas que nós nem chegamos perto.
Confesso que a apresentação do balões nos decepcionou um pouco, já que estamos acostumados com as nossas festas de carnaval e Ano Novo, e esperávamos mais do show. Os balões foram soltos um por um e quase não se dava para enxergá-los no céu. Mas, o que vale é a intenção, rs!

Aqui termina nossa estadia nesta cidade que nos fascinou pela sua história de superação e crescimento. Em breve, contarei da nossa terceira cidade, Praga, na República Checa, para onde seguimos de trem.

5 comentários:

  1. Muito interessante, amiga!
    Parabéns.
    Besos, Ale

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  2. Oi, descobri o seu blog hj lá na rbbv e vim aqui dar uma olhada. Eu estava estudando em Berlim no ano passado e tb peguei as comemorações dos 25 anos da queda do muro - emocionante! Mas tb achei a parte dos balões caída hehehe E olha a coincidencia: a gente estava pertíssimo nessa hora! Tb fiquei na Potsdamer Platz! http://www.taindopraonde.com.br/2015/05/fronteira-luz-comemoracao-25-anos-queda-muro-berlim-lichtgrenze-alemanha.html olha o video que postei no IG: https://www.instagram.com/p/vOBTsuS_9p/

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    1. Oi Fernanda, entrei essa semana como membro da RBBV!!! Legal a coincidência, realmente pelas fotos estávamos próximas, rs!!! Adorei seu blog!!! Bjs

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    2. Obrigada! É, eu vi vc se apresentando por lá e vim olhar pq gostei do nome do blog! Adoro ler sobre os lugares que já fui (tipo Berlim), pra recordar mesmo!!! Faz 1 ano já que voltei dessa viagem, mas como foi longa, não tô nem na metade dos posts que quero escrever hehehe. Vamos nos falando lá na RBBV! Bjs

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